Medos e receios
Nós, mãe e pai, sabemos o quanto somos importantes para ela. Ninguém tem dúvidas disso.
Claro que somos o "porto de abrigo" e é connosco que ela conta todos os dias.
Está habituado a uma rotina, mede "tempos e horas" e consegue ver quando ainda é cedo ou quando já fica mais tarde...
Nós sabemos isso tudo, mas só temos mesmo noção quando vemos na cara deles o medo de serem esquecidos por nós.
Aconteceu-me na sexta-feira passada que por outras razões fui buscá-la à escola já bem mais tarde que o que ela possa estar habituada.
Tive noção disso quando cheguei à entrada da escola e vi os cacifos dos outros meninos vazios, tudo mais silencioso e com ar de fim de semana à porta. Deu-me aquele aperto de ansiedade...
Mal passei o corredor vinha ela pela mão da C. a chorar e só dizia que a "Mamã não vem buscar!".
As salas vazias, já tudo a ser arrumado e ela com o último menino que todos os dias é o último.
É aqui que se pára para pensar e vemos o quanto somos tão importantes para eles e o quanto ficam tão desprotegidos sem nós.
A mim, bateu-me!
posted by Carla Granja @ 13:03
2 Comments:
Houve um dia em que eles foram os últimos. Os dois, sozinhos com as educadora. 19h. Uma dor! "Deculpa filho!" "Está tudo bem mãe", respondeu-me. A minha dor parecia maior que a dele. Meses, meses repito, depois sobre qualquer outro assunto digo: "ó filho, então, a mãe alguma vez se esqueceu de ti? Nunca!" "Sim, sim" - responde-me sem reciminação mas lembrado o que chega para perceber o alcance - "lembra-te aquele dia em que ficámos sozinhos na escola. Tu esquecete-te de nós"! É uma luta desigual contra o tempo, sem dúvida!!
infelizmente, esse cenário é algumas vezes comum lá para os nossos lados. muitas vezes ela tb é a última e a forma que ela tem de reagir é dizer que não quer vir, quer lá ficar :(
AC
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