Chucha

Tenho a prova comprovada que nós pais sofremos muito por antecipação e que por vezes nos custa muito mais a nós do que propriamente a eles deixar ou mudar alguma coisa na rotina deles.

Essa rotina-a saga de usar chucha- assombrava-me há muito tempo. Tentámos convencê-la no Natal, mas não se deixou levar.

A semana passada viemos passar uns dias as duas a casa da avó e em conversa com a A., a despedir-nos, tivemos uma ideia de atirar a chucha ao "peixinho bebé" porque este estava a precisar muito mais do que a M.!

Comecei a pressioná-la com esta conversa, mas confesso que com algum receio, ela dizia-me que sim e que ia atirar ao rio ao seu amigo peixinho...

Dito e feito: chegámos ao sitio planeado e ela com uma exitação tão grande que nem me dá tempo de respirar e quando vou para dizer alguma coisa já a chucha estava na barriga do peixe (sim, porque eu tenho quase a certeza que algum a engoliu porque nunca mais a consegui ver).

Para ela foi um assunto encerrado na vida dela. Pediu um pouco nessa madrugada, por volta das 6 da manhã, e nada mais.

Não fala, não pergunta, nada!

Nunca pensei ser tão fácil encerrar este assunto.

Claro que anda mais agarrada à fralda, que é o porto de abrigo dela, mas nada mais.

Não a ponho a dormir a sesta à tarde se estiver em casa, porque é mesmo para esquecer sem a amiga e à noite é um pouco mais complicado adormecer.

Quem a conhece sabe a mania dela com as mãozinhas quando lhe punhamos a chucha e isso também acabou para sempre-e isso sim, tenho saudades de a ver agarrada às suas mãozinhas.

Venha outra etapa que esta já passou...